Os dois primeiros dias da Game Developers Conference são, tradicionalmente, voltados para assuntos mais sérios, como tutoriais extremamente técnicos, "serious games" (jogos usados para outras aplicações que não o entretenimento) e, especialmente, jogos para telefones celulares - estes têm até uma área especial, chamada GDC Mobile.

Por essa razão, boa parte do público do evento aproveita estes dias para passear por San Francisco e, naturalmente, gastar dólares. O problema é que, a não ser no caso do PlayStation 3, comprar videogame está difícil - EBgames, Best Buy, Radioshack, não importa: o Xbox 360 está "sold out" ("esgotado"). Perguntar pelo Wii, então, chega a arrancar risos dos vendedores.

Contudo, embora a GDC 2008 comece efetivamente a partir da quarta-feira (20), há coisas interessantes para ver. Ou, no mínimo, diferentes do habitual: Stuart Dredge, jornalista britânico que faz análises de jogos para celular - atualmente para o site Pocket Gamer -, por exemplo, explicou para uma centena de pessoas o que os jornalistas especializados amam ou odeiam nos games para a plataforma. O curioso da palestra é que, de repente, o foco não era mais agradar ao consumidor, e sim conseguir uma boa avaliação nos veículos especializados.

Na platéia, produtores ávidos para compreender melhor o mercado e, especialmente, animados com a idéia de se encontrarem para trocar idéias, contatos etc. A GDC, diferente de uma E3, por exemplo, coloca os desenvolvedores no foco, e não a imprensa. E para ser o centro das atenções não custa pouco: o "passe" que dá acesso a todos as atividades promovidas durante a GDC sai por cerca de US$ 2 mil.

Na quarta-feira, quando for aberto o pavilhão de exposições e as "keynotes" (as palestras principais) começarem, é bem provável que apareçam algumas novidades. Até lá, a GDC fica com um aspecto mais tranqüilo, de muita conversa e pouca jogatina.

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