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Só 6% dos funcionários das empresas brasileiras de telecom são negros

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O balanço social das empresas de telecomunicações divulgado nesta segunda-feira, 18/02, mostra que os negros ainda ocupam um pequeno percentual da força de trabalho do setor. Entretanto, mulheres e deficientes estão ganhando mais espaço no setor a cada ano.

Na quinta edição, o documento analisou dados de 2006 de 26 empresas em que trabalham 85,7 mil funcionários, representando 16,4% a mais do que 2005.

As empresas têm em seus quadros “somente 6,27%” negros. Apesar de o setor ter criado 850 vagas para negros em 2006, 5,8% das teles não tinham nenhum deles em seus quadros. Além disso, em 41,18% das empresas de telecomunicações os negros não estão em cargos de chefia.

Para a pesquisadora Rita Afonso, uma das coordenadoras da pesquisa, esse é um ponto que precisa mudar.
“Temos poucos negros trabalhando no setor e pouquíssimos chefiando as empresas. Isso pode melhorar”, disse.

Mesmo assim, o presidente da Associação Brasileira de Telecomunicações, Roberto Aroso, vê avanços. “Cada vez mais se vê a participação pluriracial dos negros na economia. A tendência é cada vez mais haver essa uniformidade. Isso é o que buscamos”, disse.

Nas empresas de telecomunicações destacam-se em 2006 o aumento no número de funcionários deficientes. Em 2006, somente 5,56% das empresas não contavam com esses profissionais em seus quadros. Em 2005, o número era maior, 17,65%.

“O número de deficientes evoluiu. O dado parece indicar que as empresas cumprem a legislação. Ainda não extrapolam, mas a mudança é significativa”, ressalta a pesquisadora.

As mulheres também continuam ganhando espaço. Elas eram 29,8 mil funcionárias em 2006, um aumento de cerca de 5% sobre os números de 2005. No entanto, ainda não ocupam a maioria dos postos de chefia em nenhuma das empresas.

Além de organizar mudanças corporativas, a pesquisa também destacou que as empresas precisam diminuir o número de reclamações de clientes. Mais de 19 milhões de críticas foram recebidas pelas próprias empresas, Procons e Justiça em 2006. No entanto, o número pode ser maior.

“Chama enorme atenção o número de empresas que não oferece informações a respeito de críticas e reclamações feitas por consumidores”, diz o documento de 120 páginas.

O balanço das empresas de telecomunicações divulgado hoje também tratou dos investimentos em áreas sociais e de proteção ao meio ambiente, que receberam cerca de R$ 74 milhões no ano estudado. O valor equivale a 35,29% da receita líquida do setor.

Projetos e programas em comunidades ficaram com a maior parte desse dinheiro. A área continua sendo a preferida do setor de telecomunicações, como acontece desde 2004. Em seguida, estão educação e meio ambiente.

Em 2006, a preocupação com o desenvolvimento sustentável atraiu mais investimentos das telecomunicações. A preocupação com o meio ambiente o setor subir da quinta posição em relação a preferência de investimentos em 2005 para a terceira em 2006.

Para melhorar o investimento nessas iniciativas, as empresas assinaram hoje a Carta de Sustentabilidade do Setor de Telecom. O documento propõe ações em áreas como pesquisa, marco regulatório e transparência.

O acordo foi inspirado em um documento semelhante feito pelas principais empresas de telecomunicações européias, reunidas na European Telecommunications Network Operators Associations (Etno).

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