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Redes sociais travam guerra na telefonia móvel

quinta-feira, 6 de março de 2008

As redes sociais podem não ser novidade para os usuários regulares da Internet, depois de anos de concorrência intensa entre Facebook, MySpace e Friendster que geraram dezenas de milhões de adesões. Mas agora o mercado está repleto de empresas que querem promover o mesmo fenômeno na telefonia móvel. Há tantas empresas iniciantes de "redes sociais móveis", na verdade, que quando a revista New Media Age decidiu publicar um panorama do mercado identificando as empresas que mereciam observação, chegou a um total de 10 empresas cujo potencial considera elevado.

Alguns dos grupos envolvidos na batalha estão conformados com uma concorrência assim feroz. "Se não houvesse concorrência, não haveria mercado", disse Dan Harple, fundador e presidente-executivo da Gypsii, uma empresa de redes sociais móveis sediada em Amsterdã. "Talvez haja 30 ou mais deles no momento ¿ dentro de três anos, restarão cinco que importem".

A presa, na interpretação dessas empresas, são os 3,3 bilhões de assinantes mundiais de telefonia móvel em todo o mundo, um número que ultrapassa por larga margem o de usuários de Internet. E sua vantagem sobre as redes sociais em computador, acreditam eles, é a capacidade inata dos celulares para saber onde estão, graças ao sistema GPS e tecnologias semelhantes.

A Informia Telecoms afirmou em um relatório no mês passado que já existem 50 milhões de pessoas usando seus celulares para acesso a redes sociais, de serviços de chat a troca de arquivos multimídia. Isso equivale a 2,3% do total mundial de usuários. O grupo de pesquisa de mercado previu que o índice dispararia para pelo menos 12,5% nos próximos cinco anos.

A maior parte das redes sociais móveis parece disposta a aproveitar as vantagens dos sistemas de localização. A Gypsii, por exemplo, vai mostrar onde o usuário e seus amigos estão em tempo real, por meio do sistema SpaceMe. Quando a pessoa fizer uma busca na Gypsii, receberá em retorno um mapa da área em que se encontra, contendo fotos, vídeos e informações oferecidas por outros membros.

A Bliin, outra empresa iniciante de Amsterdã, permite que os usuários atualizem sua localização a cada 15 segundos, e essa trilha poderá ser seguida na forma de pontos em um mapa.

Mas outras redes dão menos importância à geografia e às informações de presença. A MyGamma, rede social da BuzzCity, de Cingapura, tem a Ásia e a África como origem da maior parte de seus 2,5 milhões de usuários, de acordo com Lai Kok Fung, presidente-executivo do grupo.

"Trata-se de países com baixa penetração de Internet, nos quais os computadores não ocupam posição central", ele afirmou. "Para os nossos membros, o celular é o único acesso à Internet".

Por isso, Lai não está muito preocupado com os grandes nomes de Internet como MySpace e Facebook que anunciaram planos de invadir o universo dos celulares. America Online, Yahoo e Nokia também operam iniciativas para a criação de comunidades entre os usuários de celulares.

"Não acreditamos que qualquer delas venha a ter grande impacto no mercado de telefonia móvel", disse. "Eles vêem a telefonia móvel como extensão de um site na web, enquanto nós sabemos que os nossos membros usam seus celulares de modo muito diferente".

Harple, um empresário da tecnologia nascido nos Estados Unidos, não considera incomum que tantas das redes sociais móveis se tenham originado fora do país, que domina o setor de Internet.

"Eu mesmo me mudei para a Europa porque acredito que o setor norte-americano de capital para empreendimentos ¿ do qual eu fazia parte - não enxergue bem a situação", disse. "Eu explicava a idéia a empresas norte-americanas do ramo e elas não compreendiam. Eu falava do potencial da China e elas me perguntavam por que a China e não a Verizon". "Foi assim que decidi que eles não compreendiam", afirmou. "Não percebem a importância do que está acontecendo".

Tradução: Paulo Migliacci ME

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