Dizem que a beleza está nos olhos de quem vê. E esses olhos, pelo menos segundo alguns cientistas israelenses, não precisam ser humanos. Amit Kagian, graduado em Ciências da Computação pela Universidade de Tel Aviv, desenvolveu um programa que interpreta a beleza de uma mulher. A pesquisa de Kagian e sua equipe acaba de ser publicada na revista científica Vision Research. O estudo une psicologia e computação para obter uma avaliação quase humana feita pelo computador. A primeira etapa é o mapeamento das formas geométricas do rosto, que são comparadas então a 100 imagens previamente classificadas em uma escala de 1 a 7, de mais a menos atraente, por um grupo de 30 homens e mulheres.

Com o registro de quais características são consideradas bonitas, o computador é capaz de identificar pessoas atraentes cruzando esses dados com os de outras imagens. Outro critério utilizado é a simetria das feições, tradicionalmente relacionada aos padrões humanos de beleza.

A pesquisa, no entanto, não é apenas uma questão de vaidade. Os pesquisadores ressaltam sua importância no processo de desenvolvimento de inteligência artificial em computadores, além de sugerir a aplicação do software em cirurgias plásticas e reconstrutivas ou em programas de reconhecimento de rostos.

O próximo passo para Kagian é o desenvolvimento de um programa similar, mas que identifique a beleza em homens. Esta será uma tarefa mais árdua para o cientista, uma vez que a psicologia já demonstrou haver menos concordância no julgamento da beleza masculina.