Executivos consideraram positiva chegada do aparelho ao Brasil.
Representantes da Claro se recusaram a dar mais informações sobre o assunto.O anúncio do lançamento do iPhone no Brasil foi um dos temas que mais agitaram os bastidores do Tela Viva Móvel, evento de tecnologia que acontece nesta terça-feira (13) em São Paulo.

Embora os representantes da Claro – cuja controladora América Móvil anunciou na semana passada um acordo com a Apple para distribuir o aparelho na América Latina – tenham se negado a falar sobre o assunto, os executivos de outras empresas presentes consideraram um avanço a chegada do iPhone ao país.

“Acho essa notícia muito boa”, disse o diretor de desenvolvimento de negócios do Google Brasil, Leonardo Tristão. Segundo ele, “quem ganha com isso é o usuário. O iPhone revolucionou o conceito de como o usuário interage com os aplicativos. Ele facilita muito a interatividade. O aparelho tem uma série de aplicativos que impactam na maneira como o usuário navega na internet”.

De acordo com o executivo, essas características próprias do aparelho ajudam a estratégia de sua empresa: “buscamos oferecer tudo o que está disponível na internet para o acesso via celular, entre os quais o site de relacionamento Orkut e o serviço de e-mails Gmail”. Assim, a facilidade de operação do iPhone facilitaria o acesso aos serviços do Google.

Fidelidade

Essa fidelidade na navegação é uma das razões que tornam o iPhone tão atrativo para os usuários, na opinião de Paulo Castro, diretor-geral do portal Terra no Brasil. Para ele, o usuário do aparelho tende a ser um internauta já acostumado com os recursos disponíveis na rede, que busca no telefone uma forma reproduzir esse conteúdo com fidelidade no celular – uma tarefa complicada, com os modelos atuais de telefonia móvel.

Para Roberto Vazquez, analista da consultoria Nielsen, o iPhone pode acelerar uma série de mudanças que ele identifica no modo com as pessoaas usam a internet no celular. “A telefonia móvel só está começando. Hoje, 44% das pessoas ainda não usa, recursos básicos como mensagens SMS”, diz. “Com o iPhone, é provável que essas pessoas tenham um acesso mais simples a esses recursos, afirma. Para ele, o aparelho também pode gerar lucro para as empresas, na medida em que traz mais usuários para os serviços da internet móvel. “Nos EUA, o canal de esportes ESPN tem 3,7 milhões de assinantes em seus conteúdos para celular”.

Sem comentários

Quem não quis comentar o assunto foi Fiamma Zarife, diretora de Serviço de Valor Adicionado da Claro. “Tudo o que posso confirmar é que vamos trazer o iPhone para o Brasil até o final do ano. Vamos dar os detalhes no momento adequado. Não posso falar mais nada, porque é uma informação estratégica em um mercado extremamente competitivo”, disse ela.

A executiva se limitou a ressaltar a importância do acesso móvel. Segundo ela, em cerca de 1.200 cidades, a telefonia celular é a única opção de acesso à internet frente ao acesso discado. Fiamma também destacou que, pela primeira vez, em 2009 a tecnologia 3G, de alta velocidade, será mais vendida do que a atual no mundo. No Brasil, ela afirmou que os locais onde existe maior quantidade de aparelhos 3G são São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo ela, também se registra um crescimento expressivo na região Nordeste.

Novidades

Lançado em meados do ano passado e eleito pela revista “Time” a melhor invenção de 2007, o iPhone é um celular “inteligente” que incorpora uma série de novidades. Além de incluir as funções de um tocador de mídia similar ao iPod - música e vídeos digitais, por exemplo – e uma série de recursos já usados por outros aparelhos, como acesso à internet, e-mail e câmera fotográfica, o iPhone aposta especialmente na funcionalidade.

O produto possui uma tela sensível ao toque que simplifica sua operação – por exemplo, para fazer uma ligação, basta pressionar o dedo sobre um nome na agenda telefônica do aparelho. Para enviar uma mensagem SMS, basta clicar no ícone correspondente. Um teclado virtual torna bem mais fácil a normalmente complicada tarefa de digitar em um celular.

Todas essas operações são associadas a uma tela de nove centímetros – bem maior que a dos celulares convencionais – que facilita o manuseio dessas funções, além de tornar a navegação na internet e a visualização de filmes uma experiência bem mais acessível.