10 hábitos que nenhum micreiro se lembra mais
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
às 6:02 PMO Carlos Cardoso do MeioBit (sou fan desse cara) fez um post relatando o dia a dia de um micreiro de anos atras e as dores de cabeça diárias com o PC, tenho certeza que muita gente ira se identificar com esse texto, que irei reproduzir abaixo.
Hoje em dia a menos que você use Satux Linux espetar um pendrive é algo natural, simples e que qualquer salsinha faz, sem pensar duas vezes. Mas não quer dizer que sempre tenha sido assim. Em uma época onde o Star Wars Kid faz parte do passado distante, há muito que nós, os jurássicos considerávamos normal, mas hoje se quer faz sentido.
Então vamos relembrar algumas atividades dos velhos tempos, do Início da Microinformática, quando ao invés de "Internauta" (termo que abomino) éramos chamados de micreiros:
1 - Reinstalar o Windows
No tempo em que ninguém passava um dia inteiro sem duas ou três telas azuis era consenso que instalações do Windows tinham prazo de validade, se tornando mais lentas e instáveis com o passar do tempo. Um usuário normal sobrevivia uns seis meses, mas micreiros que gostavam de instalar muita coisa nunca passavam mais de dois meses sem uma boa reformatada. Hoje minhas duas últimas reinstalações do Windows foram devido a HDs com defeito.
2 - Formatar Disquetes
Comprar uma caixa de disquetes era legal, garantíamos um monte de espaço para visitar os amigos e "trocar programas", mas para facilitar a vida de todo mundo era preciso gastar uma ou duas horas formatando os discos. Nada mais deselegante aliás do que chegar na casa de alguém, puxar uma caixa de disquetes e dizer "ah, tem que formatar". Com o tempo vieram disquetes pré-formatados, Zip Drives e CD-Rs, e os disquetes seguiram o caminho do Corega, ficando restrito aos usuários da 3a Idade.
3 - Recompilar Kernel
Por falar em Zip Drive, essa era a única forma de fazer o periférico funcionar no Linux. Uns 12 anos atrás eu lembro de ter perguntado em uma lista como configurar o equipamento e foi essa a resposta. "instala o módulo X, recompila o kernel.." quando protestei fui chamado de (surpresa) "burro, acomodado, escravo da Microsoft", e que o Linux estava quase pronto para o desktop e se o usuário não queria nem recompilar o kernel para instalar um periférico, azar o dele. Hoje em 99% dos casos o sujeito recompila o kernel porque pode, não por precisar.
4 - Escolher placa de som no início do jogo
Quando os jogos rodavam em DOS cada fabricante era responsável pelos drivers utilizados por seu programa, e não havia detecção de hardware. O programa confiava no usuário para informar qual sua placa de som (entre outros hardwares). Assim era bom saber se você possuía uma Soundblaster / SB16, SBAWE64, SB32, AdLib... E não, não havia arquivo de configuração, cada execução do programa, era bom selecionar.
5 - Resolver conflitos de COM, IRQ, DMA.
Deixe adivinhar: Você não tem idéia do que estou falando e não sabia que era comum espetar um modem e o mouse parar de funcionar, certo? Pois é, na Idade das Trevas, antes do Plug and Play (que inicialmente era Plug and Pray) era preciso anotar direitinho os recursos utilizados por cada hardware. E se ficasse sem recursos, AZAR O SEU. Ah, alguns programas não queriam saber das portas COM via software do Windows, mesmo que ele disponibilizasse COM1..COM12, o programa só aceitava de COM1 até COM4. Uma diliça de problema para resolver.
6 - Configurar string de modem
No tempo da linha discada cada caso era um caso. As centrais variavam das maravilhosas CPA topo-de-linha a centrais eletromecânicas de mais de 60 anos, então não havia configuração que atendesse todo mundo. Trabalhávamos semanas afinando nossos modems, habilitando e desabilitando filtros, colocando pausas entre os números (às vezes o único jeito de discar) e como algumas centrais em horário de pico levavam até 40 segundos para dar tom de discagem, era comum ter ",,,,,,,,,,,," na frente do número, a vírgula significava uma pausa de 3 segundos.
AT&F1, ATDT e +++ eram a língua franca entre os aventureiros do mundo (semi)online.
7 - Configurar Internet no Celular
EU fui o responsável pela primeira conexão Internet Bluetooth via celular no Brasil, fazendo um Palm acessar a web através de um celular, e se isso soa como algo patético, acredite, hoje é. Trocar de SIMCARD no meu E71 é tudo que preciso para configurar a conexão Internet daquela operadora específica. Na maioria dos telefones a configuração é igualmente automática. Nos velhos tempos páginas e páginas de mensagens eram dedicadas às configurações mais esotéricas, que faziam a linha discada parecer simples e objetiva. AT+CGDCONT=1,"IP","claro.com.br", *99***1# - lembra?
8 - Guardar CD de driver com a própria vida
O material mais valioso de qualquer micreiro era o CD com o driver de seu último periférico. Não havia Internet, no máximo algum BBS perdido na Malásia Setentrional onde com sorte você gastaria uns NT$1200,00 (Narjara Tureta, uma das moedas intermediárias durante o Plano Cruzado) para baixar o arquivo que faria sua placa de vídeo Trident ou Cirrus Logic funcionar. Hoje basta procurar o website do fabricante e pronto. Minhas placas de vídeo sequer têm o CD removido do envelope.
9 - Perguntar se alguém tem eMail
No começo era perguntado quase em tom de "desculpe, não quero ofender", pois ter email era algo tão chique e moderno que quando o sujeito não tinha, se sentia humilhado. E não era raro. Raro era gente que checasse o email mais de uma vez por semana. Também era comum o usuário que sabia ler mas não sabia responder, e a caixa de saída parecia um histórico de uma vida de mensagens não-enviadas. Hoje alguém não ter email é tão inadmissível quanto não ter Orkut, mas não posso dizer que me sinto humilhado ao responder que tenho Orkut sim mas não gosto, não uso e não abro links de Orkut que me enviam.
10 - Assistir filmes e invejar os computadores dos heróis
Águia de Fogo em 1985 tinha um drive de CD-ROM, era o máximo. Os computadores nos anos 80 eram poderosos, mágicos, assombravam o mundo com seus gráficos de 16 cores. Hoje tirando uma ou outra mentira (cof, Jack Bauer, cof) o que vemos nas telas pode ser exagerado mas o visual e as máquinas são equipamentos de linha. Se você não tem o mesmo computador que o Sheldon é porque você é pobre, não porque a máquina não existe. Mesmo nas séries com tecnologia avançada, é tudo de uso corrente, a ponto da Penélope Garcia de Criminal Minds usar Linux, e o pessoal de CSI usar o Microsoft Photosynth, se bem que esse último realmente parece ficção científica.
via: MeioBit
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