Touchscreen domina Cebit 2008 e anuncia fim do teclado e do mouse
quarta-feira, 5 de março de 2008
às 10:45 AM
A era do teclado e do mouse chegou ao fim. A Cebit, maior feira de tecnologia do mundo, mostra este ano uma clara tendência em simplificar interfaces —a partir de agora, computadores e celulares passarão a funcionar com touchscreen, e comandos como aumentar fotos ou escrever serão acionados diretamente na tela.
Inevitável lembrar do iPhone, da Apple, e do Surface, da Microsoft, que desde o ano passado sinalizaram o novo rumo da computação pessoal —e também da telefonia. Na Cebit, o que se vê são centenas de objetos e telas sensíveis ao toque. Parece até que isso já é normal no dia-a-dia.
Mas engana-se quem pensa que a tecnologia permanecerá exclusividade de Steve Jobs e Bill Gates. As telas multitoque já estão em jogos, celulares, telas de computadores e notebooks, televisões, estações de compras, terminais, no mouse, teclado e caixa de som do computador. Isso sem contar em uma parede inteira que foi coberta com tela touch-screen pela T-online, subsidiária da Deutsche Telekom.
A Samsung, por exemplo, promete já para 2009 notebooks com telas touchscreen —aliás, duas telas, e não apenas uma. O truque gera uma sensação de 3D e usa uma tecnologia trazida da Nova Zelândia.
Richard Ng, da Puredepth, empresa que desenvolveu a tela, explica: "Usamos duas telas de LCD a uma distância de 8 mm. Assim, com o toque, é possível enviar ícones, desenhos e arquivos para trás ou para frente [como se você trabalhasse com duas áreas de trabalho], escrever sobre objetos que estão no fundo usando cores translúcidas ou ainda criar a sensação de 3D por causa da profundidade. Jogos em três dimensões, por exemplo, podem simular a distância espacial". Ele diz ainda que espera propostas para aplicar a tecnologia em celulares —alguém arriscaria dizer qual será o primeiro equipamento com ela?
Toque tudo
No "paredão touchscreen" da Cebit, a T-online demonstra um protótipo de "auxiliar doméstico". Com os dedos, o usuário escolhe qual operação quer realizar: ouvir uma música, mandar um e-mail ou fazer uma ligação. Também é possível brincar com jogos que envolvam coordenação motora e agilidade.
Nos computadores, as telas sensíveis ao toque aparecem principalmente nos chamados ''all in one'', onde o monitor está integrado ao CPU. Um exemplo é o Stingray da Panasonic (para uso comercial) ou os modelos da Flytech Technology e da Tyco Eletronics. Um modelo com tela de 15" custa cerca de US$ 1.000.
Segundo Frédéric Thibaut, diretor de desenvolvimento de negócios da Tyco, a idéia da empresa é desenvolver PCs com telas de até 50 polegadas. "Pessoas que editam vídeo e áudio, por exemplo, precisam de telas grandes, e vamos desenvolver isso para elas".
Já na área de notebooks, a Panasonic trouxe para a feira a linha Toughbook, com três modelos com touchscreen, com tela reversível para tornar ainda mais fácil o uso. A PaceBlade também inclui a tela sensível ao toque à sua nova linha de Tablet PCs, os PCs-prancheta.
O SlimBook série 200 possui tela de LCD de 12,1" sensível ao toque. Sem teclado real, é possível usar teclado virtual ou, então, escrever na tela, já que o PC possui softwares de reconhecimento de escrita. Equipado com Intel Core Duo, Windows Vista e 4 GB de memória RAM, sai por aproximadamente U$ 2.000.
Mas e se o toque fosse além dos computadores e celulares? É o que pensou a Liyitec Touch Insight, de Taiwan. A empresa desenvolveu uma tela de vidro e plástico que, ligada aos circuitos internos de qualquer equipamento, torna-se uma tela de comando sensível ao toque. O produto não é vendido para o usuário final, a Liyitec busca parceria com empresas.
Tipos de toque
Existem vários tipos de tela sensível ao toque. "Elas podem usar infra-vermelho para detectar o toque. Podem também ser de capacidade [necessitam de mais força dos dedos para os comandos], de resistência [mais sensíveis ao toque e ao desgaste] ou usar ondas ultrassônicas", explica David Lung, daWincomm Corporation. A empresa vende telas com disco rígido interno para pontos de venda e para uso médico, como o Medical Grade.
O infravermelho é uma tecnologia frequentemente usada por indústrias. Com ele, não é preciso encostar na tela para dar o comando —alívio para quem tem mania de limpeza. Basta aproximar o dedo da tela para que o sistema registre a ação. A Hyundai IT, por exemplo, desenvolveu uma tela sensível por infravermelho que pode ser ligada a computadores ou televisores.
Já a Genius apresentou um modelo de computador comum à primeira vista, mas cheio de recursos que respondem ao toque. Enquanto o mouse não é completamente substituído, a empresa apostou em um rato com leitor dos movimentos do dedo, substituindo a roda e o botão esquerdo. O teclado também vem com ferramentas sensíveis ao toque acima das teclas comum —e até os alto-falantes são controlados pela ponta dos dedos.
Agora é esperar tudo isso chegar ao Brasil. Muitos dos produtos expostos ainda estão em fase de desenvolvimento —e a feira já mostra a tendência do que deve ser realidade para os aficionados por tecnologia nos próximos anos.
A Cebit 2008 reúne 5.845 empresas de 77 países e acontece até o próximo domingo (09/03) em Hannover, Alemanha. Em 2007, a feira —tida como maior evento de tecnologia do mundo— atraiu mais de 480 mil visitantes.
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