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Bancos tentam identificar como usar a 3G no Brasil

domingo, 6 de abril de 2008


Para as instituições financeiras do Brasil, o desembarque da Terceira Geração trará, sim, um melhor contato com os clientes de melhor poder aquisitivo. Mas ainda restam dúvidas se a tecnologia servirá como meio de "bancarização" das camadas C, D e E. Atualmente, os bancos trabalham mais para a adequação dos produtos já existentes à nova geração, do que na criação de serviços especiais para explorar o filão da 3G.

"É evidente que a chegada da 3G permitirá melhorar a relação com os clientes que, hoje, já têm um tratamento diferenciado por parte dos bancos, porque são os de maior poder aquisitivo. A qualidade do serviço vai melhorar, mas ainda analisamos como criar novos produtos e, especialmente, se a 3G nos permitirá ganhar mais correntistas", declarou o Superintendente de Internet e Marketing do Citibank, Massayuki Fujimoto.

O executivo participou do Seminário Internacional m-Payment, realizado pela Febraban, na capital paulista, como um dos pré-eventos do CIAB 2008, maior evento de tecnologia bancária da América Latina, que acontece de 11 a 13 de junho, em São Paulo.

O Superintendente geral da CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos, Joaquim Kavakawa, diz que o tema mobilidade movimenta o setor bancário mundialmente, e não seria diferente aqui no Brasil. Segundo ele, há questões regulatórias a serem tratadas e que estão em debate.

"O desafio é grande e há uma grande discussão em andamento aqui no Brasil. Acreditamos que a padronização será mais do que necessária para termos um futuro mais definido no uso da mobilidade nos bancos. Hoje, cada instituição segue o seu caminho, o que é absolutamente normal porque não há nada definido", observa Kavakawa.

A possibilidade de se criar um SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro - Mobile, já aventada no CIAB 2007, continua à mesa, mas Kavakawa preferiu não tecer maiores comentários sobre o atual estágio das negociações. "Há posições sendo adotadas no mundo. O Brasil discute junto com outros países e também internamente. O assunto já nos mobiliza e há um fórum em andamento", destaca o superintendente da CIP.

O Banco do Brasil, por exemplo, que recém-lançou um serviço para os seus correntistas onde promove uma sinergia entre o celular e o cartão Visanet, na qual é o maior acionista, de forma a facilitar o pagamento das transações, também admite que, num primeiro momento, os serviços disponíveis para a 3G serão os mesmos já preparados para a rede 2,5G. Mas, há sim, um grupo trabalhando para ver o potencial de aplicações novas.

"Sabemos que a 3G movimentará o setor e dará um incremento importante para as operações remotas, mas ainda vemos muito mais oportunidades, neste momento, para as operações de internet banking, porque haverá uma cobertura maior de banda larga. Nos celulares, o momento é de avaliar, até porque a 3G não ficará disponível para todos num curto prazo de tempo", observou o gerente do Banco do Brasil, Pedro Luis Pivotto.

((Complexidade))

Para Júlio Ramos, da Microsoft, antes de qualquer coisa, as instituições financeiras precisam entender que mobile payment (pagamento via celular) não é mobile banking ( serviço dos bancos transferidos para o celular).

"Os pagamentos via celular são para evitar a circulação de dinheiro vivo. O celular monetariza o cliente", observa Ramos. "Já o mobile banking é a transferência, o direito de o banco usar o celular como uma extensão dos seus serviços tradicionais. Se as institituições financeiras não perceberem essa diferença, os negócios na área permanecerão localizados em nichos", completou o executivo da Microsoft.

Mais do que uma definição interna dos próprios bancos, Ramos admite que o uso da mobilidade no ramo financeiro é um jogo complexo, com a participação de "diversos atores e todos poderosos ( bancos, operadoras, provedores de serviços, de TI" e, com isso, se torna um mercado muito pouco previsível, e que nos próximos cinco anos, poderá apresentar grandes variáveis. "É um mundo de titãs sendo desbravado", reafirmou Ramos.

Dados de consultoria de mercado revelam que, em 2011, exitirão 303 milhões de dispositivos convergentes no mundo. "São clientes potenciais de serviços de última geração, mas todos os atores precisam sentar à mesa e definir os papéis a serem desempenhados para assegurar o sucesso", completou o executivo da Microsoft.

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