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Android não vai sacudir o mercado, diz análise

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Para analistas, a estréia do Android não deve causar grande frisson. Efeitos virão a médio prazo.

Qualquer pessoa que espere que o celular equipado com sistema do Google, e que deve ser lançado em breve, mude o mercado da mesma maneira que o iPhone da Apple fez nos últimos 12 meses, provavelmente ficará decepcionado, afirmam analistas. Profissionais do setor que trabalharam no sistema operacional Android para celulares desenvolvido pelo Google afirmam que ele deve encontrar dificuldades no curto prazo para se equiparar ao entusiasmo que a Apple despertou entre os consumidores com o seu iPhone, que redefiniu o mercado de celulares com telas sensíveis a toques e melhorou muito a navegação na Web por meio de celulares.

Em lugar disso, o Google considera o sistema Android como uma plataforma aberta para o projeto de aparelhos móveis e afirma que ela encorajará a inovação ao permitir que criadores de software alterem o sistema e criem melhores programas e serviços para dispositivos compatíveis.

Mas essas coisas demoram e o primeiro celular que usa o Android, que recebeu do Google o codinome "Dream", não deve surpreender os consumidores. O aparelho, produzido pela HTC, de Taiwan, deve ser lançado em Nova York em 23 de setembro, dizem fontes familiarizadas com os planos da operadora T-Mobile.

"Não estou certo de que a experiência do consumidor venha a ser significativamente melhor que a propiciada pelo iPhone", diz Rajeev Chand, analista de telefonia sem fio no banco de investimento Rutberg & Co., que testou uma versão inicial do Android. "Quando o iPhone saiu, a experiência era algumas ordens de magnitude melhor que qualquer outra coisa disponível."

O Google, as operadoras de telefonia móvel que estão aliadas com ele e os criadores de aplicativos esperam que a plataforma Android sirva até mesmo para estimular mais o uso da Web em celulares do que vem sendo o caso do iPhone.

Mas, ao contrário da Apple, que controla de perto o hardware e software do iPhone, o Google terá menos controle sobre os produtos criados com sua tecnologia, porque o Android estará aberto a programadores para que criem softwares de maneira independente.

A estratégia do Google mais se parece com uma espécie de projeto de ciências que será rapidamente melhorado. A empresa já criou produtos de sucesso e é difícil lembrar de algum fracasso com essa abordagem de lançar novas idéias.

Apesar do Android ser uma real promessa em termos de tecnologia e usabilidade, particularmente por sua plataforma aberta, é improvável que ele sozinho mude a natureza restrita da indústria celular, afirmou John Poisson, fundador da Tiny Pictures, uma produtora parceira do projeto do Android.

"As operadoras em cada mercado ainda controlarão como ele será implementado e em que aparelhos e de que forma", disse Poisson. "O Android vive e respira sob o interesse das operadoras."

Outro problema do Android é como explicar o que ele é aos consumidores. Diferente do iPhone, que veio na cola do enorme sucesso do iPod da Apple, o Android é uma marca desconhecida, mesmo com o nome do Google por trás.

"As pessoas se esquecem que essas coisas chegam aos consumidores via varejo e marketing", disse Frank Meehan, gerente geral global de aparelhos e aplicativos do conglomerado de telecomunicações Hutchinson Whampoa.

"Nós operadoras estão batalhando em como vender esse telefone. Não há nada realmente único sobre ele e nós não podemos dizer que é um celular do Google", disse Meehan, cuja companhia compra milhões de telefones de terceira geração por ano.

Mas outros no setor esperam que a entrada do Google na indústria sirva para reforçar a publicidade móvel, que ainda está em estágios iniciais.

por: Felipe Zmoginski

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