Argentina, Repsol e Mídias Sociais: Redes Sociais Não Curam Apatia
quarta-feira, 9 de maio de 2012
às 1:11 AMPosted by
Luiz Paulo Andrade
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Reproduzo
na integra o excelente artigo Argentina, Repsol e Mídias Sociais do IDG NOW, da coluna Planos
& Ideias, que mostra em que pé está o Brasil. Sei que deveria comentar
o artigo e aprofunda-lo, mas no momento não posso. Deixo o artigo para reflexão (subtitulo é meu).
Argentina, Repsol e Mídias
Sociais
Quando se
fala em expropriação de uma grande companhia de petróleo em um país vizinho ao
Brasil, é de se imaginar que isso vá mexer fundo com a opinião dos brasileiros.
Afinal, é aqui a casa da Petrobras, uma das empresas mais importantes do mundo
e considerada motivo de orgulho por parte da maioria dos cidadãos; foi aqui que
a campanha “o petróleo é nosso”, décadas atrás, mexeu com os brios de toda um
país; e é daqui que saem milhões de reais em investimento no setor energético
em todo o mundo – inclusive na Argentina.
A
expropriação de uma empresa de petróleo na Argentina sem, aparentemente, nenhum
motivo que realmente justificasse a quebra de contrato, vindo ainda poucos dias
depois da cassação da licença da própria Petrobras em uma das províncias
locais, foi praticamente considerada irrelevante pelo cidadão brasileiro.
O estudo
Em um
monitoramento nas mídias sociais feito pelo I-Group entre os dias 16 e 20 de
abril – auge da crise – um número surpreendentemente baixo de menções foi
captado: 2.019, somando tweets, posts no Facebook, em blogs, Youtube, Yahoo
Respostas e outras redes. Na Escala Z, tabela que vai de 0 a 1 e que aponta a
repercussão de eventos com base na quantidade de menções registradas nas mídias
sociais, a pontuação atingida foi de um pífio 0,3 (para entender a Escala Z em
detalhes, veja artigo publicado no IDGNow!
Apenas
para efeito de comparação, um artigo publicado nesta coluna semanas atrás
registrou mais de 51 mil menções sobre o lançamento do “reality show” TUF,
relacionado ao UFC (leia aqui ).
Engana-se
ainda quem acredita que, pelo menos, foram 2.019 opiniões contundentes,
elogiando ou criticando a posição da Argentina e frisando um temor nacional
relacionado a uma possível “nacionalização” dos ativos da Petrobras no país.
O quão
“sociais” ficam as mídias sociais quando não há opinião formada?
Na
prática, a imensa maioria dos usuários apenas replicou notícias divulgadas na
grande mídia: foram mais de 728 retweets de posts como os exemplificados
abaixo, representando 60% do total na rede, sem nenhum tipo de “opinião”
complementando-os.
Da “minoria com opinião”, por assim dizer, o que se
encontrou foi um conjunto de postagens radicais, inclusive abusando de
“clichês” como “colonialismo europeu” e coisas do gênero. Foram raros os casos
que efetivamente analisaram o episódio sob lentes capazes de enxergar todas as
complexas peculiaridades envolvidas na expropriação de uma empresa de petróleo
em um país vizinho.
O importante é não perder a piada…
Há ainda um outro fato curioso: do total de menções à crise da Repsol na Argentina, quase 10% não se referiu a notícias, opiniões, análises sócio-políticas ou nada do gênero, mas sim a uma piada:
Ou seja: dentre todas as repercussões sobre o assunto, uma única piada superou toda e qualquer opinião em todas as redes sociais analisadas, perdendo apenas para a divulgação do fato em si.
O que isso diz sobre o usuário brasileiro? Que se trata de um perfil que, em sua maioria, gosta de acompanhar e divulgar grandes notícias, mas que dificilmente se deixa impactar por qualquer coisa que não atinja de forma direta o se cotidiano.
E sobre as grandes mídias? Que elas tem uma força de formação de opinião quase tão grande quanto sempre tiveram – principalmente quando se aventuram por mares em que o usuário não entende como sendo tão revoltos, por maior que seja a “miopia coletiva”.
Veja o estudo completo abaixo:
Estudo I-Group: Argentina, Repsol e Mídias Sociais Imprimir Salvar como Pdf
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